Silhueta esvoaçante para quem passava de carro
Figura anônima para quem estava ao lado
Mas quem era?
Segurava o celular, aguardava uma chamada, mandava mensagens, checava novidades.
Tinha compromisso, estava aflita, conferia as horas
Nada disso: combinava com as amigas o programa da noite
Mas carregava uma mochila, ia à escola.
Jovens vão à academia!
Esboçou um sorriso
Emprego novo à vista
Compraria um carro, faria uma viagem, se mandaria dali!
A loucura seguia solta
Mais suposições:
Para onde ia mesmo?
À uma entrevista de emprego, ao médico, visitar a mãe, fazer compras, encontrar o namorado.
Não tinha namorado!
Mas estava de sandália dourada
Salto alto, com certeza. Moça bonita e atraente.
Tinha que ir à feira, arrumar a casa
Não de salto alto!
Uma onda de calor rondou seu corpo
Informações disparatadas e ruidosas insistiam em penetrar sua intimidade
Olhou em volta
De onde vinha o incômodo, a sensação desagradável?
Mais projeções descontroladas de mentes agitadas
Estava triste, apreensiva ou seria emoção?
Era o emprego novo
Havia brigado com o namorado
Então tinha namorado?
Não. Era o incômodo!
O desentendimento foi com a mãe
Ou teria sido com a irmã?
A avó morreu.
Quietos! Silêncio!
Chega de suposições inconvenientes!
Ninguém sabia de nada
Era apenas uma moça no ponto de ônibus!
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