
Para falar do livro Até quando? A prisão, vou retornar ao primeiro livro da narrativa, no qual João, o protagonista, inicia sua jornada em busca da evolução espiritual, ou pelo menos começa a compreender algumas situações que afetaram sua vida e constantemente voltavam a acontecer em outra encarnação, como se ele nunca fosse se livrar delas.
Quando acabei de ler o primeiro livro, Até quando? O vai e vem, fiquei curiosa e ansiosa pela continuação, pois precisava saber como se desenrolaria a vida de João e todos os outros personagens interligados à ele.
A narrativa se desenvolve sobre a relação de João com sua vida, sua existência, material e espiritual. Assim, a partir de várias idas e vindas do plano espiritual ao plano material o personagem passa a se compreender como parte de uma consciência maior, de um universo infinito e justo que nos devolve tudo aquilo que plantamos.
É possível compreender a nossa própria existência através da leitura destes livros incríveis, nossos sonhos e planos frustrados, nossas prisões emocionais, nossos apegos aos bens materiais, o fato de esquecermos de como viver é uma dádiva para nossas almas, que através das várias existências deveriam aprender a ser melhores, a buscarem a evolução e o bem comum.
Dessa forma, no livro 1, João, assim como muitos de nós não compreende as questões que vão além do desejo, inveja, orgulho,frustração e diversos outros sentimentos que nos fazem prisioneiros de uma teia de culpa e recorrência nos erros. Mas aos poucos vai aprendendo e no livro 2 o vemos adquirindo mais maturidade espiritual e aplicando esses aprendizados na vida terrena, o que resulta em diversas situações positivas de evolução.
Assim, posso dizer, sem dar spoiler, que João reconhece o ciclo de vai e vem das reencarnações e as prisões que vamos construindo e as situações que vivemos seguidamente até aprendermos, evoluirmos e nos desligarmos desse ciclo.
João aprendeu a grande lição, que todos, esperançosamente, vamos aprender um dia. Que "Na realidade do espírito, nada existia separado, tudo era uma coisa só, no infinito aqui e agora do Centro Sagrado do Coração. "(P.322).
Nestes tempos de grandes transformações das nossas rotinas e realidades, ler Até Quando? A prisão (L.2), da incrível escritora, Christiane de Murville, é um convite a reflexão sobre nossa existência para além do plano material e sobre a necessidade de pensarmos no bem do outro como parte do nosso próprio bem estar.

Jéssica Rufino é mineira de Poços de Caldas, adora livros, poemas, café e longas conversas ao pôr do sol. É formada em Letras e professora de língua portuguesa e literatura. Escreve poemas, histórias, resenhas e tudo que vem a cabeça, também gosta de colecionar canetas coloridas e cadernos, além de acreditar que o mundo tem mais magia do que podemos ver. Instagram: @jessicajurufino https://www.instagram.com/jessicajurufino/
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