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  • Foto do escritorCMurville

REBOOT GERAL

Atualizado: 24 de jan. de 2020













Minha vizinha estava muito chateada e desgostosa da vida. Tudo dava errado, nada acontecia conforme gostaria. O namoro andava morno, o trabalho cansativo, ela vivia resfriada e não se sentia realizada. Precisava fazer algo para mudar de vida. Realizou, então, inúmeros procedimentos de limpeza. Tomou banho de ervas, fez rituais de purificação e até bateu galinha preta! Precisava se livrar de energias negativas que a impediam de caminhar na vida.


Feito isso, sentiu-se mais leve e satisfeita. Porém, com o passar dos dias, das semanas, dos meses, o resfriado voltou a atacar, a situação no trabalho continuava a mesma e os relacionamentos amorosos também não davam certo. Teria que novamente fazer uma limpeza geral! Repetiu tudo de novo e ainda fez uma faxina em casa. E assim anos se passaram. Mas a vizinha continuava infeliz e a saúde ainda piorou.


Ela continuava na mesma realidade, no mesmo corpo, seguindo a mesma dieta alimentar, o mesmo estilo de vida, andando com a mesma turma, sustentando hábitos e formas de pensar que a mantinham comportando-se e percebendo o mundo sempre do mesmo jeito. Logo, como ver ou acontecer algo de diferente à sua volta?


Mas quando a saúde ficou por um triz, a vizinha sentiu-se compelida a ouvir seu coração, rever de fato comportamentos, projetos, intenções, companhias, o que realmente importava e a encantava. Compreendeu que para haver qualquer mudança fora, teria que antes olhar para si, reconhecer erros, identificar o que não lhe fazia bem, mudar de atitude e o modo de ver e se relacionar no mundo. Precisaria arrumar dentro de si o passado mal resolvido, tratar memórias ligadas a ações das quais se envergonhava e que não deixavam a consciência em paz. Deixar de se ver como vítima e se perceber responsável pela própria vida. Não adiantava fazer um monte de procedimentos assépticos e continuar pensando e fazendo tudo igual, com recordações sofridas recorrentemente voltando à mente.


Finalmente a vizinha curou-se. E para se manter saudável, ela já sabia: não poderia retornar à vida e ao ambiente que a haviam levado à doença.


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