Que abacaxi!, exclamou Zézinho, inconformado com o problema difícil que tinha que resolver.
Mas não havia jeito. Teria que descascar esse abacaxi, e sozinho, pois ninguém queria saber de nada ou de tratar de assuntos chatos.
Enquanto rosnava descontente, na fruteira, o abacaxi silencioso mantinha sua postura imponente, sobressaindo entre as demais frutas que se encontravam ao seu lado. Ele era um rei, tinha coroa.
E estava maduro. Sua vestimenta vistosa tendia ao dourado, indicando que estava pronto para oferecer o melhor de si. Além do mais, o seu perfume não deixava dúvida, era agradável, gentil e doce como mel.
Ele estava mesmo pronto para ser Rei. Pois, além da aura luminosa e da coroa na cabeça, também era humilde. Ficava na fruteira com todo mundo e não reclamava da vida. Para ser rei, tinha que ser humilde, senão como enxergar os outros? Afinal, reis de verdade ocupam o último lugar, se colocam como o menor de todos e tudo que fazem é para que os outros sejam felizes e retomem consciência. Levam todos à volta deles a também se comportarem como Reis. Isso é que era ser chique de verdade!
Zézinho olhou para a fruteira e endireitou a postura. Não reclamou mais e foi cuidar do assunto que tinha que resolver.
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