O professor entrou em sala de aula e ensinou os alunos a desenhar. Mostrou como esboçar cidades, traçar estradas, projetar jardins e habitações confortáveis. Explicou como compor elementos de diferentes formas e tamanhos, falou da verticalidade das árvores e de como criar um cenário harmônico. Ainda chamou a atenção sobre a importância da escolha das cores que contribuem para passar um sentimento, usando, por exemplo, piso claro ou escuro, conforme o ambiente e a iluminação solar, e criando contrastes para valorizar os diferentes elementos do desenho. O professor abriu a percepção de seus alunos, que agora reparavam em um novo universo de formas, texturas e cores. Um portal havia sido aberto em suas mentes, através do qual descobriam um mundo de beleza e harmonia, com infinitas possibilidades de composições com cores, formas, brilhos e contrastes diversos por explorar.
No entanto, levaria ainda algum tempo até os alunos assimilarem todas as informações que o professor lhes transmitia e que ele havia acumulado ao longo de sua vida. O professor não falava de coisas tiradas ou copiadas de livros. Suas aulas eram coloquiais, práticas, não mentais. Ele falava de sua experiência, de coisas que havia de fato vivido e experimentado.
Ao retornarem para casa, os alunos voltaram a ver o mundo como antes, como haviam sido condicionados a ver, como todo mundo via, sem a mesma riqueza de detalhes, de cores, de luz e sombra. Demoraria ainda algum tempo até eles perceberem e irem, de fato, para o mundo de beleza e harmonia que o professor lhes mostrara.
Mas a sementinha de uma visão ampliada tinha sido plantada, estava ali, o portal havia sido ativado. Cada um, no seu tempo e ao seu modo, acessaria o mundo do professor. Afinal, o processo de mudança de realidade depende de cada um. E no dia em que um aluno se visse no lugar do professor, significaria que havia chegado no mundo de beleza e harmonia de seu professor!
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