Tudo que existe pode ser compreendido como resultado de uma combinação de positivo e negativo, masculino e feminino, solar e lunar, ativo e passivo, e um terceiro componente neutralizador, remetendo ao ponto de equilíbrio entre opostos e complementares. Quando o sol perde a sua intensidade e o dia e a noite se tocam, temos um vislumbre desse centro neutro e estático em meio ao movimento. As forças masculinas do sol, mais intensas durante o dia, e as femininas da lua, que se fortalecem à noite, entram em equilíbrio. Então, feminino e masculino se unem, desprendendo a fagulha sagrada da vida.
Na intersecção entre essas duas correntes básicas de energia, de cima, referente ao princípio masculino, ativo, e de baixo, associada ao feminino, passivo, mergulhamos no silencio. Percebemos a luz que existe em tudo, dentro de cada um e em toda a criação. Não há sensação de tempo passando. Observamos de forma imparcial o universo de possibilidades de manifestação à nossa volta. Estamos no centro sagrado do coração, no ponto de origem da criação, de onde tudo surgiu.
Mas o que sustenta ou originou um ou outro tipo de manifestação? Qual a vibração, a vontade, a intenção, o sentimento ou pensamento que levou à uma ou outra expressão energética, experimentada como boa ou eventualmente ruim? Identificamos energias que consideramos positivas ou negativas. Porém, efetivamente, energia não é nem positiva, nem negativa, somente é.
Energia é apenas uma ferramenta e tudo se resume a como a usamos, o que fazemos com os recursos que momentaneamente temos ao nosso dispor. Podemos ter beleza, dinheiro, inteligência, saúde, dons e conhecimentos diversos, tempo, poder, animação, boa disposição... Mas o que fazemos com tudo isso, quais as intenções por trás de nossas ações? Afinal, o modo como empregamos nossos recursos é o que define o tipo de energia que exalamos, logo o mundo que projetamos e encontramos à nossa volta, a realidade vivida e percebida, à nossa imagem e semelhança.
Felizmente, podemos nos reinventar a cada instante, escolhendo o que de fato queremos ser, fazer, manifestar, e como usar a energia ao nosso dispor; para manipular a realidade de acordo com nossas expectativas e nossos julgamentos particulares de bem e mal ou para retornar ao ponto de equilíbrio.
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