Ao longo de séculos, o homem devastou florestas, exauriu riquezas do solo, sujou as águas e poluiu o ar. Proliferou-se como um vírus, alastrando-se por todo o planeta, deixando um rastro de sujeira atrás de si e incomodando outras formas de vida, levando algumas delas até à extinção. E quantos pensamentos mesquinhos, maldosos e interesseiros lançados no mundo, empesteando os ambientes, afetando o convívio harmônico e os relacionamentos! Isso sem contar as brigas por território, dinheiro, soberania, fama e interesses particulares quaisquer.
Mas, agora, o mundo parou. O vírus homem foi forçado a se recolher. Afinal, tudo que lançamos no mundo ou impingimos a outros seres, em algum momento, nos retorna, seja como bênçãos e sensação de bem-estar, seja como oportunidade de aprimoramento, mudança e crescimento.
Em quarentena, todos estão refletindo sobre valores, prioridades, o que de fato importa e faz sentido de verdade. Acordando para uma nova realidade, muitos estão revendo comportamentos e efetivamente mudando de atitude. Preocupam-se com o vizinho e oferecem algum auxílio de modo a que todos fiquem bem, resgatando um olhar compassivo e deixando de lado pensamentos individualistas.
Uma morte coletiva está acontecendo, a do homem vírus. Estamos no ponto de inflexão para uma nova realidade que desponta no horizonte. Em alguns lugares, voltou-se a ouvir os passarinhos, o céu ficou mais limpo, a água mais pura e golfinhos começaram a aparecer. Observamos a natureza se curando da ação humana nociva, convidando-nos a fazer novas escolhas e deixar de nos comportarmos como vírus! Afinal, em qual realidade queremos ficar, naquela da Terra imunda ou na dos homens que agem com humanidade, conscientes de que compõem uma unidade?
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